A palavra conceito, é um substantivo de grande força que é indispensável na vida profissional do designer gráfico. O conceito não limita, não impõe. Nesta profissão, o conceito, é antes um leque de possibilidades que precisa ser explorado da forma mais criativa possível.
A criação da marca Robson Lima Graphic Designer, é o produto, poder-se-á assim dizer, dessa tempestade de possibilidades que, enquanto designer gráfico, tenho a obrigação de enfrentar.
A inspiração surgiu durante uma visita, numa viagem de férias em 2018, ao Schmetterlinghaus (Borboletário) em Viena – Austria. O espaço é uma enorme estufa onde encontramos várias espécies de borboletas em condições tropicais artificiais, lá, pude observar o ciclo biológico de vida das borboletas, ou seja, do nascimento à sua morte (algumas estavam de facto mortas ou moribundas). No Schmetterlinghaus, consegui observar o desenvolvimento da proporção áurea na prática e in loco, o desenvolvimento das linhas, as formas harmónicas e equilibradas, a psicologia das cores, simetria, entre outros segmentos do Design, assim como a analogia com o próprio processo de criação do profissional designer.
A metamorfose: processo criativo
Como se sabe, a metamorfose (do grego metabole = mudança), representa um conjunto de mudanças que ocorre na estrutura, na forma do corpo e até mesmo na forma de vida de alguns organismos durante seu desenvolvimento. Com o processo criativo não é diferente, do brienfing a conclusão do projeto, o trabalho se desenvolve através da conexão de ideias entre o designer e o cliente, mudando e moldando-se à sua necessidade. No seguimento deste texto concretizo quer os pressupostos subjacentes à criação da marca, como a analogia anteriormente descrita.
O início, a ideia: ovo
O ovo… o fiel depositário de todo o potencial. Uma forma indiferenciada que aguarda o momento de toda a sua concretização.
A ideia é aquilo que todos nós possuímos, constituindo-se como o potencial, a promessa de concretização que conduz ao despoletar de todo o processo criativo.
Aqui, enquanto designer gráfico, comprometo-me a concretizar todo o potencial encerrado na ideia de cada cliente, permitindo que, de algo indiferenciado, mas que resulta de uma necessidade concreta do cliente, e por meio de um processo de transformação, um ser alado possa emergir e com ele a resposta a cada necessidade e expetativa evidenciadas pelo cliente.
Brienfing: lagarta
A partir da ideia inicial, este recém-nascido ser irá alimentar-se do meio que o evolve. A realidade circundante alimentará o processo criativo e definirá o sentido que o desenvolvimento de cada projeto irá tomar, considerando as necessidades do cliente e o contexto onde este se insere, acrescentando valor ao próprio e ao meio no qual está inserido, configurando o seu sucesso.
Neste processo, cliente e o meio envolvente constituem-se como elementos determinantes para o sucesso de cada projeto, onde as expetativas, os anseios e todos os sentimentos que orbitam a necessidade de resposta a uma necessidade concreta – concretização da ideia – são considerados relevantes, estreitando a ligação do cliente com todo o processo criativo, assegurando, deste modo, que o produto final traduz, ainda que metamorfoseado, o idealizado pelo cliente.
Criação: Casulo
Tendo alimentado o processo criativo de toda a realidade envolvente, mas acima de tudo das expetativas e anseios do cliente, inicia-se, possivelmente, uma das fases mais importantes do processo, a criação.
O símbolo da marca Robson Lima Graphic Designer, é desenvolvimento a partir da forma de um casulo.
Aqui, mobiliza-se e sistematiza-se o que existe, com o intuito de integrar todos os elementos relevantes da ideia, dando-lhes a forma e o sentido que o cliente pretende.
É uma fase crítica, onde a indefesa crisálida se desenvolve, onde o designer gráfico transforma e, no seu casulo, leia-se, a sua mente criativa, um ser alado toma, paulatinamente, a sua forma adulta, concretizando-se assim a ideia do cliente, todo o seu potencial inicial e, desta forma, se dá resposta à necessidade que despoletou o processo criativo.
Resultado: Borboleta
À fase de casulo sucede-se o emergir de um ser único, totalmente transformado. Um ser que em nada encontra semelhanças com as formas ou fases pelas quais transitou anteriormente.
Aqui, a recém-nascida borboleta, ainda agarrada ao casulo, expande as suas asas, adquirindo a sua inconfundível forma, graciosidade e indelével mágica. Também no processo criativo, marcado pela necessidade de afirmação de uma identidade visual singular, surge, completamente concretizada, e em toda a sua plenitude, a ideia do cliente. A ideia, inicialmente assumida como indiferenciada, sujeita às diferentes fases do processo criativo, vê-se, por fim, concretizada.
De uma simples visita, um conceito se transforma para dar lugar à criação de uma marca, design é isso mesmo. Um logogótipo sozinho pode ser abstrato e pouco, mas a comunicação (imagens, cores, formas, tipografia, chamadas de texto e outros) deve ajudar a contar a história da marca. Para que isso ocorra, é necessário que todos os elementos sigam o mesmo conceito.
E assim faço Design Gráfico…